Declaro oficialmente o fim de velhos hábitos, o enterro de medos antigos o encerramento de tudo que mata, engorda ou faz mal. E que venha, de novo, o novo.
Me despeço oficialmente de fases e dramas que foram e são parte de mim: não é sem saudade ou sem receio que fecho algumas janelas. Mas é que eu tenho que abrir outras, porque a paisagem mudou também.
Quero agora tudo que nasce cru e sem memória, quero a folha em branco e a insipiência de um dia que ainda não foi. Estou limpando as gavetas e deixando ir tudo o que já não uso mais, e não tenho pressa em encher tudo de novo: quero contemplar o espaço vazio, lindamente nu. Quero o nu sem lenço e sem documento, o nu modernista que nada enfeita e nada propõe, apenas é, reconhecendo a beleza do vazio.
Quero coisas novas e voláteis, de permanente quero apenas minha certeza de que é começando que a gente vive.
Quero começar do começo, do ponto zero, e se fosse possível gostaria de começar antes do zero, no vazio de tudo onde as coisas não tem nenhum rótulo ou verdade.
Mais que a mudança, quero a invenção.
Postado por: Marcela
1 comentários:
Mocinha, estava de bobeira por aqui e foi a primeira vez que parei para ler seus textos. E que textos! Lindos, leves e que tocam o coração. Confesso que me emocionei. Não só pela poesia das frases, mas porque, depois de tanto ler textos diários seus, nesses, que vem do coração, eu te reconheci. Muito prazer Marcelinha!
Beijos, alegrias e poesias...
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