O negócio é o seguinte: a brincadeira do
Pânico não teve graça. Sem novidades, né? Mas mesmo para quem já
extrapolou a margem do bom senso, raspar a cabeça da moça foi de péssimo gosto.
Ela, aliás, não sei como fica nessa história. Deve ter recebido para isso. Ou
talvez só não tenha sabido escapar da armadilha da mais nova atração da Band.
O outro lado da moeda é que, como tudo nessa
rede social de compartilhamento chamada Faceboook, a repercussão da coisa ficou
enjoativa. Enjoativa e exagerada. A comparação com o câncer, sinceramente. As
variações da revolta realmente encheram a paciência de qualquer um.
MAS o balanço final é que a revolta é precisa,
que a revolta é bem-vinda, mesmo piegas, mesmo chata. Por que houve o tempo,
minha gente, que a piada sem graça fazia o povo morrer de rir. Fiquei
imaginando que seria muito pior se a repercussão pendesse para o outro lado; se
a panicat continuasse a ser alvo da brincadeira, e não tema do protesto. Porque
mesmo sendo uma panicat, mesmo podendo ela ter recebido por isso, e podendo,
com certeza, se recusar a raspar o cabelo (e mesmo considerando o provável fato
de que ela vai estar lá, rindo e rebolando, na semana que vem), ainda sim ela
era a minoria daquela situação. Era a turma do Pânico de um lado, ela do outro.
E se a gente rir da ridicularizarão das minorias, a piada sem graça pode
continuar.
É claro que há coisas muito mais importantes
no mundo. É CLARO. Tem Brasília, o assalto diário ao nosso bolso. Tem gente
fazendo coisa muito mais perversa do que raspar cabelo de panicat. Mas é como a
sua mãe te ensinou nos tempos de escola: não é porque seu colega tirou uma nota
pior do que a sua que você vai fugir do castigo pela média perdida. Os
políticos corruptos tem todo o meu asco. Mas o Pânico errou sim. E merece, sim, o
“não curti” de milhares de internautas, mesmo que eles (nós) ainda não sejam o melhor
exemplo de revolução.
Acho que a gente devia tolerar menos as
extrapolações do humor. Acho que a gente devia tolerar mais a repercussão
esbaforida e cafona do Face, se nos fundo as intenções forem boas. E acho que a
gente merecia um humor mais criativo e menos dedo na ferida. Porque a vida já
dói. E rir, hoje em dia, é que tá difícil.
Postado por: Marcela