quarta-feira, 13 de julho de 2011

Reforma política: sempre é hora de falar do fundamental

Postado por Infinito Particular às 18:50 0 comentários
A reforma política não é uma coisa boa. Coisa boa é feriado prolongado, com sol forte e almoço de mãe. A reforma política é fundamental. E, por ser fundamental, é inexplicável como temos conseguido levar um país desse tamanho sem ela.


A reforma política é bem mais que uma eleição. Me entendam: não estou menosprezando as eleições. As eleições são o que a gente tem de mais útil e potencialmente inovador hoje em dia, e me orgulho muito de a cada ano ressaltarmos com mais propriedade sua importância.


Quando digo que a reforma política vai além das eleições, quero dizer que as mudanças que ela trará darão os subsídios necessários para que a escolha dos nossos representantes seja realmente uma promessa de mudança. Estamos falando mais ou menos em mexer num esquema que já está corrompido, ou no mínimo fatigado, e pôr em prática uma dinâmica que seja compatível com as alternativas e anseios do país.


Sempre gostei de propagadas de novelas que falavam dos personagens e acontecimentos puxando um assunto do outro, e aí você conseguia entender todo o contexto e suas ligações. A necessidade da reforma política pode ser explicada mais ou menos por essa lógica: uma reforma política iria melhorar a lógica de organização política no país, deixando as leis eleitorais mais claras, assim como as atribuições de cada esfera de poder. Isso dificultaria não só a eleição do tipo de político corrupto/bandido/aproveitador que conhecemos, como também as fanfarras dos que se elegessem. Significa então que menos verbas seriam desviadas, mais dinheiro seria realmente destinado a áreas como educação, saúde e infraestrutura, o que diminuiria os gastos dos brasileiros com serviços básicos, aumentado seu poder de compra e permitindo a emancipação de famílias que dependem do assistencialismo do governo. Significa também que as leis e projetos teriam que ser mais coerentes e inteligentes, e receberiam mais atenção. Uma vez funcionando, a lei daria conta de um sem número de problemas que existem hoje por causa da burocracia. O que permitiria ao cidadão resolver pendências pelos trâmites legais, diminuindo a prática do QI (famoso Quem Indica) e a troca de favores deliberada. Isso complicaria a rede de contatos baseada nesse tipo de prática que muitos políticos hoje em dia usam para se elegerem. O que dificultaria a eleição do tipo de político corrupto/bandido/aproveitador que conhecemos... num ciclo que combinaria melhoria política real com melhoria da consciência política do país.


Eu sei que parece lindo... e realmente é! :) Haha! Não estou dizendo que fluiria com essa facilidade, nem que solucionaria todos os nossos problemas, mas está óbvio que as coisas só mudam realmente quando mexemos na base. Não podemos simplesmente ignorar a política em função do cenário político atual... são coisas diferentes (graças à Deus)! Temos que nos empenhar em melhorar, e não apenas aceitar de forma “passivamente revoltada” os absurdos que acontecem na administração do NOSSO país.


Existem duas alterativas para a reforma política acontecer: partir uma ação popular realmente engajada com a causa ou partir das próprias esferas de poder. Mas para isso é preciso que os eleitos queiram melhorar o sistema, e não melhorar a própria situação se utilizando do sistema. Voltamos então, para o voto, a nossa possibilidade mais universal de dizer sim.

Postado por: Marcela
 

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