sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O (segundo) melhor dia de todos.

Postado por Infinito Particular às 13:20 0 comentários

Hoje, dia 29 de outubro, é o Dia Nacional do Livro ! - Só esclarecendo, o primeiro melhor dia do ano é o meu aniversário ok ? (a propósito, 12 de maio).

Então, o que dizer sobre esse dia? Ou melhor, sobre o homenageado de hoje ? Ah, tanta coisa pra ser dita. A começar pelo fato de que ele sempre tem algo a nos dizer: seja pequeno, grande; com ou sem ilustrações; com a letra miúda ou gigante, não importa, o livro sempre vai deixar uma marca em sua vida, por menor que seja, ela será importante e pra vida toda. 

Além disso, ele nos oferece um mundo diferente, que podemos conhecer novas 'pessoas', viver aventuras, descrever sonhos, acreditar na magia, nos dons, nos fins e começos, no poder de criação, de renovação, acreditar na beleza da imaginação, que acaba se tornando nossa mais bela realidade.

Ler um livro vai muito além do simples fato de ler. É poder sorrir, chorar, falar sozinha, se emocionar, xingar, se deseperar, se emocionar, se entregar, e querer sempre mais (muito mais) ao fim de uma história. 

Mas além de tudo, livro é participar. Participar de cada história, imaginar cada reação, querer estar lá , e ver isso. 

Quem não quis ler (e ter) o 'O livro de hipnotismo' que a Molly acha, e que a faz ter uma viagem maravilhosa, em "O incrível livro de hipnotismo de Molly Moon" (um dos primeiros livros  que li por livre e espontânea vontade). Ou receber sua carta de Hogwarts ao 11 onzes, e entrar para a mais maravilhosa escola de magia do mundo , ao invés de ser um trouxa, como em Harry Potter (detalhe, estudando com ele, o Ron, e a Mione *-*) ? E que tal conhecer o Olímpo com Percy Jackson (já topei) ? Ou se emocionar com a Marca de uma Lágrima ? Viajar em uma aventura ao fim do mundo em 2012, ou quem sabe encontrar Deus na Cabana, depois de um bilhete que ele lhe deixou na caixa de correio ?

O jeito de moldar as palavras, de encantar ...

Gente, se houver um mundo mais perfeito, maravilhoso e incomparável que o dos livros, não me apresente. Isso mesmo, não me apresente. 

Não dispenso esse gostinho de ler um livro por nada !


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não julgue o livro pela capa.

Postado por Infinito Particular às 14:35 0 comentários

Minha ideia inicial era escrever esse texto somente sobre livros, porque quando estava numa livraria outro dia fiquei pasma (PAS-MA) com as algumas (poucas, eu sei) capas que simplesmente desvalorizam o trabalho do autor: são capas mal feitas, com imagens que não se assemelham em NADA com a capa do livro (por isso o título); ou que, simplesmente ignoram qualquer conceito de organização.

Ok, não é certo usar aparências e levá-las em conta pra conhecer alguém, ou no caso, decidir qual livro levar, mas me diga: como não fazê-lo? Você tem muito mais vontade de comprar um livro que tenha uma capa interessante, chamativa, provocante que te incite a pegar o livro e pelo menos ler a contra capa para saber se a sinopse completa aquilo que a capa te dá apenas uma pista.

E então fiz uma breve analogia à política, e às propagandas políticas, cá entre nós: dá vontade de ficar ouvindo essa ladainha de coisa de pobre ou de rico? Ou que fulano no PASSADO não deu conta e que agora não vai dar também? Ou quem sabe que fulano se contradiz? Que eu saiba votamos em um candidato porque acreditamos em suas propostas para o FUTURO, e não porque ele foi o ‘melhorzinho’ que sobrou depois de revelações sombrias do PASSADO.

 Claro que não vamos votar naqueles que sabemos ser desonestos até o dedo mindinho do pé, mas um governante não será o a pior escolha por ter, em sua linha partidária, candidatos que não se saíram bem, que foram corruptos. Mas poxa que tal mudar o discurso, e ao invés de ficarem nesse ping pong de xingamentos, agressões e revelações, disserem o podem fazer daqui pra frente pelo país , e pelo povo. Precisamos de discursos formadores de opinião, e não que apenas joguem as informações aleatoriamente atirando apara todos os lados e esperando atingir o alvo o mais rápido possível.

Não quero um país que tenha um governante escolhido por eliminação, falta de opção. Não quero o melhorzinho. Quero o melhor, para que o país seja assim, daqui pra frente.


Postado por: Jéssica

Coloca na conta de quem?

Postado por Infinito Particular às 05:13 0 comentários
Tropa de Elite 2: Segura que agora eu vou falar tudo.


Não vou fazer uma análise do filme aqui, mesmo porque eu não tenho conhecimento suficiente nem em cinema nem em segurança pública para poder afirmar qualquer coisa, seja boa ou ruim.

Mas acho que preciso falar algumas coisas que eu penso, meus palpites e impressões sobre o filme e, principalmente, sobre a realidade na qual ele se inspira.

Para começar: eu chorei da primeira até a última cena. Sério. A primeira lágrima escorreu dos meus olhos logo no começo do filme, quando um dos protagonistas, um ativista dos direitos humanos, o Fraga, faz uma perspectiva de quantas pessoas estarão na cadeia no Brasil, nos próximos anos. Ele diz que uma parte pequena da população estará livre (seus filhos, seus netos e seus bisnetos) e que uma grande parte estará na cadeia (seus filhos, seus netos e seus bisnetos). Isso me chocou porque, pior do que saber que seu filho sofreu nas mãos de um bandido, é saber que seu filho é um bandido.

A partir daí muita coisa me fez chorar. Não que eu tenha estômago fraco para cenas violentas. Acontece que eu fico pensando o tempo inteiro que aquilo é realidade. Claro, guardadas as devidas proporções. Aquilo tudo ali acontece no nosso país, com centenas de pessoas. Toda aquela tensão, aquele sofrimento e aquela intimidade com a violência: é mutio triste que isso seja real. 

E o grande problema é que nenhum dos artifícios que temos usado como solução tem resolvido alguma coisa. O Bope não soluciona o problema, e isso fica muito claro no filme. O Bope tenta, em alguns casos parece que acerta, mas é impossível saber até que ponto matar um criminoso sem escrúpulos contribui para a paz. Mesmo porque, sempre aparecem outros. "O sistema se reorganiza". Como diz o Fraga, essas ações se assemelham a uma "limpeza étnica", que nós tanto condenamos em guerras civis de outros países, como diz o Coronel Nascimento, "para o povo, bandido bom é bandido morto". Temos uma situação sendo controlada, e fugindo do controle, sendo modificada e se reconstruindo, sendo atacada e se reerguendo, temos uma movimentação, mas até agora nenhuma solução efetiva.

É desolador ver o capitão Nascimento sem saber o que fazer da vida. Muito mais forte do que qualquer cena de tiro a queima roupa, é a cena do principal homem da polícia do Rio de Janeiro, sentado diante de uma CPI que não vai dar em nada, dizendo que acha que a polícia militar deveria acabar. Um homem que dedicou 21 anos da sua vida a segurança pública, falando o seguinte: "Quando tinha dez anos o meu filho me perguntou porque o meu trabalho era matar. E eu não sei responder a pergunta dele". Eu sempre tive vontade de levar o capitão Nascimento para casa (por motivos óbvios, mas que não vou expor aqui porque esse post trata de assuntos sérios), mas nesse momento eu realmente queria abraçá-lo com toda a força, e chorar essa triste percepção de que as coisas não tem solução, e mentir que ia ficar tudo bem só para que ele visse algum sentido na própria vida.

Mas, se é difícil lidar com os bandidos declarados, imagine o que é lidar com os bandidos disfarçados. Agora é quando dói mais fundo: temos um "sistema" dentro poder, temos uma corrupção injustificável ditando o comportamento daqueles que deveriam cuidar da sociedade. Tanto na polícia quanto na política, revolta ver toda a sujeira que sustenta uma realidade de dor para tanta gente.

Primeiro a polícia: a quem recorrer se grande parte da polícia está corrompida? Até que ponto um policial pode se afundar na sujeira? Porque é claro que alguns acham que um suborno não vai mudar nada, que um desvio de verba é algo natural, todo mundo faz, aceitar o dinheiro de um traficante não vai mudar a situação do país. Mas aí, quando se vê, parece que não existe mais saída, e os contornos do certo e errado vão se apagando. Não é novidade que a polícia é, em grande parte, possibilitadora do tráfico de drogas e de toda desgraça proveniente dele. A polícia é a utopia do povo, o que faz com que fiquemos em casa, quietos, esperando que as coisas melhores pelas mãos das autoridades competentes. A polícia tem licença para matar. A polícia, por muito tempo, permitiu a existência das milícias, mais uma invenção brasileira que faz a gente se perguntar quais surpresas desagradáveis ainda podem aparacer no nosso país. Uma "proteção" que se faz valer pela força, um mal que protege de um mal maior (ou melhor, de um mal oficial) são parte do discurso de fundamentação da polícia e da milícia. Não por coincidência, não dá para confiar em nenhuma delas.

Cabe aqui uma ressalva muito, muito importante: não estamos falando de TODA a polícia. Na verdade, acredito inclusive que estejamos falando de uma minoria, mas infelizmente, uma minoria que tem força suficiente para se sobressair. Neste aspecto, o filme pode gerar uma grande confusão, e atrapalhar o trabalho honesto e bem intencionado de muitos policiais. Peguemos como exemplo o próprio Rio de Janeiro. O trabalho da polícia pacificadora é inédito e promissor. Nunca a polícia agiu com tanta tranquilidade, usando tanto o diálogo e nunca promoveu tanto a paz - a paz em si, e não a paz proveniente da guerra. Matérias sobre as Upps foram publicadas em veículos importantes, como o Jornal New York Times, e a revista piauí. Muitos policias da polícia pacificadora são jovens que não se corromperam com o sistema, que ainda tem a cabeça aberta e acreditam na importância do seu trabalho. Bem, tem dado certo. Só que eles lidam o tempo inteiro com um ingrediente muito subjetivo: a confiança. Não por acaso, a confiança dos moradores da favela na polícia ainda é muito isntável, e é preciso tomar cuidado, pois o menor erro pode ser fatal. Há décadas os moradores das comunidade sofrem com os erros com uma polícia de guerra, e a idéia de uma polícia de paz parece inconcebível. Talvez o filme influencie negativamente nesse aspecto. Mas é importante ressaltar que o filme mostrou uma realidade, não todas as realidade. Sempre há exceções.

Exceções existem também na política. Políticos sérios e reponsáveis, que tem a concepção do que é ser um representante do povo, que saibam usar a palavra para discutir idéias e transformá-las em ações, existem. Existem "deputados Fraga". Eles são as exceções. Infelizmente, e quando eu digo infelizmente estou usando toda a força e profundidade dessa palavra, a regra na política brasileira são políticos que se elegem por interesse próprio. E o interesse prórprio deles é sempre acumular dinheiro da maneira mais fácil possível. E a maneira mais fácil para eles é a mais difícil para o Brasil. A corrupção não é só falta de vergonha não, gente. A corrupção é a mola propulsora da violência. É vergonhoso, mas toda essa triste realidade do Brasil só é possível porque a nossa voz está em bocas compradas. Nossos representantes fazem parte do sistema.

"O sistema é muito maior". Com essa fala, o capitão Nascimento chega a conclusão de que o governo está intimamente ligado a tudo isso. Neste instante, acredito que quem assiste o filme só consegue pensar uma dessas três coisas: A) Que porra é essa? Nós tamo é tudo fudido nessa disgraça desse país. B) A solução é fingir que nada disso acontece, continuar com nossos velhos conceitos e assistir bastante novela, para ficarmos bem alienados e não sofrermos com tudo isso. C) Tem alguma coisa muito errada nisso tudo. Eu não sei como, mas isso tem que mudar.

E embora a A e a B sejam opções muito sedutoras, eu prefiro ficar com a C.

E por fim, fica a pergunta: Coloca na conta de quem? Quem vai responder por todos esse erros? Pelo visto, não existe um único culpado.
O jeito para nós, braileiros, é começar a agir, ou pelo menos a pensar. É fazer alguma coisa, antes que tudo não cabe caindo na nossa conta.

Postado por: Marcela

domingo, 17 de outubro de 2010

Lista dos dez trechos de música mais idiotas que você nunca vai esquecer

Postado por Infinito Particular às 11:10 5 comentários
Não necessariamente nessa ordem:


1. I love you meu chuchu, merci beaucoup! Meu chuchu? Isso é francês... e não inglês: Depois de ter tomado bomba no cursinho de inglês, P.O. Box (segundo o Google, eu não lembrarva o cantor) criou esse simpático desabafo que não sai da nossa cabeça, por mais que o tempo passe. Mas vê se fala por favor, a minha língua, que já tem até uma íngua por causa do seu inglês.

2. Sensual, o movimento é sensual, sensual, o movimento é bem sexy, sexy!: A prova viva de que uma mentira dita cem vezes se torna uma verdade. Com tanta repetição assim, todo mundo que dançava o mais famoso (e único famoso) song dos bragaboys, mesmo sabendo que aquilo era barango, se sentia um totalmente sexy por alguns instantes.

3. Segura o tcham, amarra o tcham, segura o tcham tcham tcham tcham tcham !: E dá-lhe garrafa de cerveja vazia no centro da roda e micro shortinho alto com buraquinho para mostrar o umbigo.

4. Seu corpo é mais quente que o sol... Eu vivo a sonhar, pensando em você, delírios de jogar futebol!: Nem Freud explica as fantasias sexuais desse aí, embora eu ache que o problema foi mais por causa da rima. Realmente "sol" não tem muita correspondência poética além de "futebol". E na mesma música mais um enigma: Controlo o calendário sem utilizar as mãos... (!)

5. Aserehe ra de re, de Hebe tu de hebere, Seibiunouba mahabi, an de bugui an de buididipi: Para quem ainda não reconheceu, é Ragatanga, do Rouge. É claro que você já dançou. Até algumas mães caírem nos boatos de que a música tinha "mensagens subliminares demoníacas", o ritmo era de lei em qualquer festa que queria ser um sucesso.

6. De segunda a sexta esporro na escola, saba-sabado e domingo eu solto pipa e jogo bola: Que Justin Bieber que nada! O négocio é o Johnathan da nova geração!

7. Mexe a cadeira, e bota na beira da sala: Essa é realmente muito inteligente. O Vinny (!) consegue reunir em um único trecho conotações sexuais e incentivo ao trabalho de dona de casa. Coitada da Heloísa! (O nome da música é "Heloísa, mexe a cadeira")

8. Hoje é festa lá no meu apê, pode aparecer, vai rola bundalelê: Latino, o que a gente faz com você?



9. Somente por amor, a gente põe a mão no fogo da paixão, e deixa se queimar, somente por amor: Jade e Lucas que me desculpem, mas a super romântica música tema de "O Clone" não tem nada a ver com nada. "A gente põe a mão no fogo da paixão" não me parece o verso ideal para embalar a apaixonada história de uma mulher muçulmana que trai o marido e um cara que tem um clone solto por aí.

10. Bota a mão na cabeça que vai começar.... O rebolation: Nada a declarar.
 
E aí? Quais outras músicas não saem da sua cabeça? (Nem com reza brava!)


Postado por: Marcela

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Herói Nacional

Postado por Infinito Particular às 05:52 2 comentários
Confesso que toda essa movimentação de eleições tem me deixado um pouco deprimida. Depois do primeiro turno, se abateu em mim uma convicção muito triste: eu não quero que nenhum dos dois candidatos ganhe. E a tristeza disso vem do fato de saber que a gente vive em uma democracia que, mesmo com todos os problemas, está progredindo a cada eleição. E mesmo assim, aos 19 anos de idade, eu já demonstro um desânimo total com os candidatos. O meu principal medo nisso tudo é ficar desiludida com a política, com o país e talvez até com a democracia.

E foi pensando nisso que se acendeu uma luzinha no fim do túnel, e eu percebi que às vezes a gente fica tão cheio de idéias e preocupações que se esquece de coisas importantes que nós sempre soubemos. A coisa importante que eu esqueci é justamente um ponto de vista que alivia minha angústia em relação a escolha do novo presidente: o mito do herói nacional.

Em decorrência de fatores históricos, nós, brasileiros, acreditamos no mito do herói nacional. A gente tem a impressão de que tudo que aconteceu no país foi fruto da movimentação de um ou dois homens, que são os únicos responsáveis pelo que veio de bom ou de ruim. Nossos livros de história são ilustrados com pinturas de personalidade brasileiras, e a gente é capaz de citar nomes, mas raramente o contexto em que aquele nome viveu. Será que foi só Tiradentes que queria a liberdade? (alguém se lembra da Conjuração Baiana? Pois é, centenas de homens pobres morreram por esse ideal, mais ou menos na mesma época). JK governou o Brasil sozinho? O Brasil de hoje é fruto só do que ele fez? E Collor? E Joseph Garibald? E Geisel? E D. Pedro? E Luís Carlos Preste? E Lula? Estavam decidindo e fazendo tudo SOZINHOS?

Em todas as época existem pessoas, homens e mulheres, que fazem coisas boas e ruins, que contribuem com o progresso, com a paz ou com a violência, que vão construindo o dia-a-dia, construindo o país. Getúlio Vargas que me desculpe, mas não precisamos de um pai. Já somos bem crescidinhos. E donos do nosso nariz.

Então precisamos parar de fingir que existe um ser humano, que pode ser a encarnação do bem ou do mal, que vai se sentar na cadeira da presidência e controlar de acordo com seus caprichos o futuro do NOSSO país. Precisamos parar de fingir até para que eles parem de acreditar. Pensando só em termos de Governo, temos três divisões bem siginificativas: Legislativo, Executivo e Judiciário. Temos, além do presidente, senadores, governadores, deputados estaduais, deputados federais, prefeitos e vereadores (além de juízes e promotores que também controlam o poder, ministros e outros altos cargos que também tomam decisões). Alguém aí cobra atitudes dos vereadores? Alguém aí sabe o nome de mais de cinco deputados?

Não estou subestimando a importância da figura do presidente, só estou dizendo (aliviada) que não temos que nos sujeitar a supremacia de uma única pessoa, mesmo que ela seja o presidente do Brasil. A nossa democracia está só engatinhando. Tivemos pouquíssimos presidentes eleitos de forma democrática. Estamos no começo de um processo, ESTAMOS CONSTRUINDO UMA REALIDADE, da mesma forma que o país que somos hoje é fruto da sua construção enquanto colônia, depois como império e assim por diante. Tirando Dilma ou Serra, ainda sobram centenas de pessoas eleitas democraticamente, e mais milhares que podem mudar muita coisa. Como? Eu não sei bem. Eu não tenho a receita, se é isso que você quer saber quando aqueou a sombrancelha ao ler esse texto, e perguntou-se de onde vem tanta ingenuidade.

Mas é mais ou menos isso que eu me pergunto quando vejo a gente acreditando no herói nacional, da mesma forma que a gente achava que o super homem podia mesmo salvar o mundo.

Eu não sei o caminho. Mas eu sei que tem mais de um. Ou melhor, mais do que dois.
Na verdade, como diria Samuel Rosa: O caminho só existe quando você passa.

Postado por: Marcela

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pra você correr macio

Postado por Infinito Particular às 06:48 0 comentários
Tempo, tempo, mano velho

Falta um tanto ainda, eu sei
Pra você correr macio...



Nunca gostei de relógios de pulso, e hoje sei que não era uma simples implicância estética minha. Na verdade, me assusta a idéia de ter essa medição tão abstrata – medição do tempo, vejam só! – ali, coladinha na minha pulsação.


É claro que saber as horas é importante, mas não acho que seja tão fundamental saber as horas o tempo todo, mesmo porque elas são simplesmente uma convenção. Carregar o relógio no pulso traz para as pessoas a falsa sensação de poder controlar o tempo – ou de pelo menos ter um “aliado” na luta contra ele.

Lutar contra o tempo é uma coisa que a gente faz constantemente, e às vezes eu tenho a certeza de que seria muito mais saudável apenas deixá-lo passar, sem que isso parecesse significar tantos “e se” como tem sido para nós. E se eu não conseguir depois? E se eu mudar e me arrepender? E se quando eu estiver velho eu não me orgulhar de nada? Bem, e se a gente parar de tentar controlar nosso futuro e prestar mais atenção no presente? (não estou mandando ninguém “viver o agora” sem responsabilidade e sem medidas, pelo amor de Deus. Só estou falando que coisas boas, saudáveis e felizes são conseqüências de práticas boas, saudáveis e felizes. Sofrer para tentar ser feliz é muito ilógico, convenhamos).

Mas não era essa a questão sobre o tempo que eu queria tratar aqui. Eu só queria registrar uma impressão que tem me incomodado profundamente. O tempo tem fugido, sabe. Corrido de mim, virado a esquina rápido demais, escorregado por entre as minhas mãos. Claro que eu falo disso em sentido figurado: o tempo está lá, como sempre esteve, embora eu não saiba muito bem como é. A culpa é minha, ou da sociedade em que vivo, ou de nós duas ao mesmo tempo. Eu sei que estou fazendo isso de um jeito errado, mas os únicos jeitos certos que conheço são justamente os considerados “errados”.

De qualquer maneira (voltando de novo), tenho me sentido tão sem tempo que não tenho tempo nem para refletir sobre o assunto. Existe uma frase que diz “Os dias são longos, mas os anos são curtos”. Para mim parece o contrário: só vejo resultados quando olho para os anos, mas no dia a dia não realizo nem metade do que me proponho. “Como arranjar tempo para as coisas importantes enquanto as urgentes estão sendo feitas?” Com essa eu concordo totalmente.

Coisas importantes têm ficado de lado, inclusive escrever (que eu tanto amo) no meu blog (que eu tanto amo). Outras coisas importantes tem ficado de lado. A matemática, a filosofia, os grandes autores e obras literárias, as reflexões de Marx a respeito do capital, as ponderações do Dalai Lama, as receitas culinárias, sair pra passear com o cachorro, os ensinamentos chineses sobre meditação, aprender a tocar guitarra e as melodias de Bob Marley. Tempo, só para as coisas urgentes, como achar o pé direito do sapato antes de sair, formatar um trabalho segundo as regra das ABNT, e assistir as comédias sem graça que todo mundo vai comentar no dia seguinte.

Postado por: Marcela
 

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