segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Hoje o samba saiu procurando você

Postado por Infinito Particular às 14:05 0 comentários
Você era a mais bonita das cabrochas dessa ala
Você era a favorita onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala mas a festa continua
Suas noites são de gala, nosso samba ainda é na rua

Hoje eu estava ouvindo "Quem te viu, quem te vê", do Chico, e fiquei muito emocionada ao prestar atenção na letra. (Tá, eu sei. São as férias)

Acontece que eu fiquei pensando no "samba" que sai por aí nos procurando, e a gente faz que não vê por achar que tem coisa mais interessante para olhar. As aspas são porque não estou falando literalmente do samba, mas de toda a cultura brasileira da qual de vez em quando a gente tem vergonha.

Não estou levantando a bandeira do nacionalismo irracional, mesmo porque eu sou a primeira a defender a integração de culturas. Eu sou apaixonada por culturas diferentes, e simplesmente adoraria conhecer o suficiente de todas que existem no mundo.

Só estou pensando a respeito de toda a riqueza que a gente tem nesse país, e de como ela é por vezes desperdiçada. Temos a mania de valorizar a música, dança e toda a arte que chega para nós em forma de produtos em detrimento do que é feito verdadeiramente de forma artística, com base numa história cultural que eu nem me arrisco a tentar resumir aqui.

Fico triste em pensar que a gente até bate palma, mas não participa. Fico triste em pensar que a gente pode cair nessa, e "fazer de conta que é turista".


Quem te viu, quem te vê

Postado por: Marcela

domingo, 30 de janeiro de 2011

Isso é que é rede social

Postado por Infinito Particular às 07:57 0 comentários
O grande número de ocupações que tive nestas férias impediu a ocorrência de um fenômeno que se repete anualmente: a sensação de ter chegado no fim da internet.

Mas acredito que muitos ainda vivam isso. Afinal, depois que o Orkut, twitter e facebook tornam-se tão monótonos quanto “Bom dia e companhia”, o que fazer com todo esse tempo livre que a gente acumula em janeiro (e que tem vontade de guardar, pelo menos um pouquinho, para um momento em que ele seja mais útil)?

Bem, se você é um hamster ou é bonito pra caramba, pode incluir mais uma rede social na sua lista. Porque a HAMSTERster e a Beautiful people são redes criadas exclusivamente para quem é um simpático roedor ou uma pessoa bonita, respectivamente.

Estas são duas das tantas redes sociais que, inacreditavelmente, existem. E quando você pensa que no Orkut você está em contato com pessoas parecidas com você, vem uma rede social feita para quem curte nerds. Incrível. Então, para quem quer participar de uma rede social diferente, aí vão algumas dicas:

Três redes bem legais e suficientemente normais são as criadas para os amantes de livros (Skoob), filmes (Filmow) e séries (Orangotag). Nelas você pode marcar o que já assistiu ou leu, o que quer ver, ler sinopses e resenhas e ainda dar a sua opinião. Elas são bem fáceis de mexer, e são um ótimo lugar para descobrir livros e filmes interessantes.

Outra rede que consegue tomar horas do seu tempo sem te deixar cair na monotonia é a We Heart It, que reúne os amantes da Fotografia e é convidativo para qualquer um que goste de apreciar fotos diferentes. Já fucei várias páginas do site, e só encontrei imagens legais. Tem fotos de todos os tipos, de gatinhos preguiçosos a mulheres com maquiagens que ninguém viu antes, passando por nuvens coloridas e confetes de chocolate. Muito criativo.

Falando em criatividade, quem é que foi criativo o suficiente para reunir os... criativos? A rede social whohub tem espaço para todos aqueles que lidam com essa coisa tão subjetiva chamada criatividade. Acredito eu que seja um ótimo lugar para quem está cansado de cantadas como “Oi princesa! Podemos cv?”

Os criativos provavelmente dão uma espiada no remcloud, site destinado aos criativos involuntários, que tem os sonhos mais loucos e absurdos (oi!). Ah, e para quem gosta de ouvir os sonhos loucos e absurdos dos outros (oi!). Também tem rede social para quem passa as noites acordado e as manhãs de ressaca. O drinkedin reúne pessoas que gostam de tomar uma, ou mais. Que fique claro que eu não recomendo para ninguém.

Uma que eu recomendo é a Eu lembro, criada para o eleitor que lembra em quem votou. Dá para acompanhar as notícias e propostas dos políticos e candidatos, e ainda ver a opinião de outros eleitores. Outras duas redes bem bacanas são a divorce360 e a positivesingles. A primeira é para quem está se divorciando ou já é separado, e acredito que pode ser uma ajuda interessante nesta situação, e a segunda é para quem quer namorar ou ser amigo de alguém que tem alguma doença sexualmente transmissível. Um espaço interessante para esclarecer dúvidas e incentivar o debate sobre o assunto.

Por fim, uma dica especialmente para uma amiga minha, que terá sua identidade preservada. A myfreeimplants é o lugar certo para mulheres que querem dar uma turbinada nos seios, mas não tem dinheiro suficiente. E também para pessoas que tem interesse em doar e se tornar um amigo do peito (literalmente).

No final das contas, dá para perceber que a internet, ao que tudo indica, ainda pode te oferecer opções sobre tudo o que existe nessa vida (e além dela, na verdade).

Postado por: Marcela

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Escala Natural .

Postado por Infinito Particular às 03:55 0 comentários
. Não gosto desse sentimento, sentir dó ou pena de alguém, é vazio, ruim,e está longe de ser compaixão. Pena é passiva, compaixão é ativa. Compaixão permite fazer algo pra mudar a situação.   Aprendam a ter compaixão ♪

RÉ . Ninguém pode voltar ao passado. (Tem até uma frase que diz isso não é? Ninguém pode voltar e fazer um novo começo, mas todo mundo pode recomeçar e fazer um novo fim). Mas então deixemos ele pra trás, trazendo a saudade, as lembranças e o aprendizado, sem se prender à voltar sempre ao que já aconteceu.   O que passou, passou, já ficou pra trás, com a certeza de que não volta mais ♪

MI. Minha vida, minha casa, minha paixão, minha lembrança, minha felicidade, minha vontade. Tenha algo que é seu, por mais pequeno que seja, e pelo qual você tenha lutado, isso pode lhe fazer um bem incrível !    You're the best thing that's ever been mine ♪ (Você é a melhor coisa que já foi minha ♪)

FÁ. Faça.  Rasgue as coisas velhas da lembrança, seja um pouco de criança, faça tudo que quiser 

SOL. Veja-o nascer. Vejo-o se pôr. Só isso já pode alegrar seu dia, começando e terminando muito bem. Vê-lo no seu ritual tem a capacidade de nos iluminar o dia todo. With arms wide open, under the sunlight ♪ (com os braços bem abertos, debaixo da luz do sol ♪)

, no futuro, não há nada que te espere, e não plantar agora. Chore, sorria, viva, ame, sonhe, realize, acredite, e tenha como a mais bela consequência a felicidade.  Cantando lá-lá, lá-lá (lá-lá-lá-lá) ♪

SI. Não seja tão condicional, porque esse termo é com e . Se. O si que eu quero dizer, é descobrir, amar, inspirar a si mesmo.  First love yourself, then you can love someone else ♪ (Primeiro ame a si mesmo, então você poderá amar alguém ♪)


E cante, que é bom viver ♪


Postado por: Jéssica

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Sempre ao seu lado. Sempre.

Postado por Infinito Particular às 04:58 0 comentários

Nada melhor para dar nome esse texto do que o o nome do filme que me fez escrevê-lo. Sempre ao seu lado, é um filme baseado em fatos reais que aconteceu entre 1923, quando Hachi, um cachorro da raça Akita nasceu e 1934, quando ele morreu. Conhecido em todo o país onde viveu, como Cão Fiel Hachi, esse cachorrinho fofo (que no início pareceu um pomponzinho), é o maior exemplo de lealdade que já vi antes. O filme não é uma megaprodução, é repetitivo, e às vezes meio cansativo, porque mostra a rotina incessante de Hachi acompanhar o professor em sua jornada até a estação todos os dias, e depois esperá-lo na volta. Todos os dias sem cessar, Hachi repetia o mesmo ritual ao lado de seu dono, que o encontro por acaso (mas o certo é dizer destino) na mesma estação de trem em que iam todos os dias.

Mas um dia Hachi não quis ir. O Professor chamou mas ele ficou parado. Depois Hachi chega no último minuto à estação, com uma bolinha e "pede" ´para que eles brinquem. Coisa que nunca fez nos dois anos de convivência, mesmo o com o Professor tentando todos os dias. O Professor fica contente, muito contente. é a primeira vez que Hachi faz aquilo. Primeira e última. Hachi estava tentando evitar que o professor fosse, porque a ligação dos dois era tão forte, que ele pressentia que algo ruim iria acontecer. E aconteceu. Naquele dia, dando aula, o professor passou mal e faleceu.

A partir daquele dia toda a alegria de Hachi sumiu, e mesmo indo morar a kilômetros de onde morava com o professor, ele fugia para ir até a estação. Até que um dia começou a morr perto de lá, e todos os dias, no mesmo horário Hachi voltava à estação à espera de que o dono descesse o trem e o abraçasse de novo. Todos os dias, mesmo as pessoas dizer quem ele não iria voltar, Hachi precisava esperar ele precisava ter fé. Era isso que o mantinha firme. E durante dez anos, Hachi espero pelo dono na estação. Durante dez anos, todos os dias ele se manteve leal ao dono. E, tenho certeza de que se Hachi não tivesse morrido estaria esperando até hoje. A amizade deles era para sempre.

Essa é a história que prova que uma amizade pode durar pra sempre. Um amigo não precisa ser da mesma classe social que você, estudar na mesma escola, ter as mesmas características ou até ser da mesma espécie. Pra durar, basta ser verdadeira. Basta ultrapassar o corpo e chegar à alma. E essa amizade será eterna. Mas o que me fez pensar além disso foi uma pergunta pertinente: alguém faria isso por mim? E eu, faria isso por alguém? Será que existe alguém na vida por quem a fidelidade seria maior que qualquer coisa? Não estou dizendo, alguém que pare de viver a sua vida para me acompanhar, mas alguém que me incentive nos meus sonhos, que sinta saudades verdadeiras na minha distância, que mesmo distante esteja sempre ao meu lado ? E por quem eu faria o mesmo? Acho que já sei minha resposta, mas e você?

Será que quando pegar um trem na vida, seja ele o certo ou o errado, por qualquer motivo, você tem a certeza de que quando voltar alguém vai estar te esperando na estação?


PS: Desde 1934 há um estátua erguida em frente à estação onde Hachi ficava, acompanhada de um poema intitulado "Linhas para um cão leal".


Não resisti e coloquei o trailer quem quiser ver. Assistam esse filme !

Postado por: Jéssica

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A gente se vê

Postado por Infinito Particular às 10:06 1 comentários
Despedir é uma coisa engraçada, se você pensar bem.
Quando a gente diz adeus para alguma coisa, é difícil imaginar o quanto daquilo vai fazer parte da gente daí a algum tempo, e quanto tempo levará para o que a gente deixou para trás desaparecer por completo. Só que essa Filosofia a respeito do quão permanente as lembranças podem ser não é o que incomoda numa despedida.

Na verdade, despedidas não são apenas incômodas. Na maioria das vezes, elas são tristes e gratificantes. Deixam saudade, é claro, e uma falta muito evidente de alguma coisa, mas por outro lado são um dos poucos momentos em que a gente parece poder enxergar o contorno dos ciclos naturais da vida. Quando você se despede, você pára, faz uma reflexão, relembra o que aconteceu, o que poderia ter acontecido, o que você queria que acontecesse. Assim como no final do ano ou no nosso aniversário, é uma daquelas situações em que você parece estar sentado na frente de um computador, assistindo a um vídeo narrado por Pedro Bial, onde vão passando cenas diversas que de alguma maneira tem a ver com a sua vida e com o mundo como um todo. Pelo menos é isso que acontece comigo.

Tem também a questão da saudade. Eu nem sempre gosto de sentir saudade, às vezes eu choro quando sinto saudade, mas a é saudade a coisa que eu mais quero sentir na vida. Porque isso significa que era bom, mesmo que na época em que você vivia o que hoje te faz falta você não gostasse. A saudade é um dos mecanismos mais bonitos da memória, porque nos diferencia de um simples equipamento de armazenar dados. A gente coloca uma carga emocional nas lembranças, e é mais ou menos isso que vai guiando a nossa existência por aí.

Mas o curioso das despedidas é que você também não sabe quanta saudade vai sentir, nem de que jeito ela vai ser. Você não sabe qual o detalhe que vai fazer o seu peito apertar, e nem imagina o que vai simplesmente sumir das suas lembraças. Então quando alguém se despede de alguma coisa ela tenta, involuntariamente, decorar com a maior veracidade possível o objeto da despedida, seja uma situação, um lugar, uma pessoa, uma fase... e aí muitas vezes é só na despedida qua a gente enxerga de maneira crua e nua algo que antes a gente só via sob camadas.

Também é engraçado imaginar que a gente vai ser para quem fica, depois que formos embora. Enquanto estamos presentes somos nós mesmo, e temos um certo (embora ainda pequeno) controle da idéia que os outros fazem da gente. Mas depois que vamos embora viramos uma descrição na cabeça de quem fica, a qual quase nunca temos acesso.

E o mais engraçado de tudo, é que a vida segue. E que a gente já começa as coisas sabendo que terão um fim, de alguma forma. E a gente já termina as coisas sabendo que alguma parte sempre fica, e que novas coisas sempre, sempre vêm.

Postado por: Marcela

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Psicologia de Roleta

Postado por Infinito Particular às 15:47 1 comentários
Com o aumento das passagens de ônibus, uma função quase sempre ignorada pelos que diariamente giram as roletas do transporte público, passa a ser percebida como uma importante atribuição do já tão ameaçado cargo de trocador.


Quando digo ameaçado não estou me posicionando como uma crítica da mecanização da mão-de-obra, tampouco exaltando o avanço vertiginoso da tecnologia. Acontece que até o observador menos atento já percebeu que a maquininha onde se passa o cartão está para o trocador assim como o DVD está para a fita cassete. Ainda não se sabe se poderão inventar um sistema de informação tão eficiente quanto o trocador, ou um aparelho que substitua aquela espécie de segurança que o passageiro sente por saber que existe um funcionário credenciado sentado logo ali.

Mas quando (e se) os trabalhadores que hoje ocupam o banco em frente à roleta estiverem sentados em cadeiras dos caixas da rodoviária, vendendo e recarregando cartões, o aumento da passagem poderá causar alguns transtornos para as empresas de ônibus.

A passagem aumentou no final de dezembro do ano passado, mas só nessa primeira semana de janeiro é que o trocador começou a prestar seus serviços de psicólogo. Os passageiros entram e começam a enumerar seus problemas cotidianos antes mesmo de se sentarem do divã, que nas outras épocas do ano exerce a função de uma simples poltrona de ônibus. Quem é oposição xinga o governo, que é situação xinga a empresa, e todo mundo reclama do salário miserável que recebe. O trocador escuta, pacientemente. Não diz nada, só faz um movimento quase imperceptível com a cabeça, que cada um interpreta à sua maneira. E então a viagem segue, e a vida também, e, com a ajuda freudiana do trocador, as duas voltam a parecer mais familiares e menos cansativas.

Há aqueles que xingam o trocador, é claro. Estes são os que chegam a pensar em sair para as ruas, fazer protestos, pacíficos ou não, e dizer que isso é um absurdo na frente de alguém que realmente tenha a ver com o aumento. Mas em geral entendemos muito pouco de economia, tem toda aquela história da inflação, do reajuste anual, dos custos de operação... Sabe-se lá se o protestante não vai falar uma bobagem sem tamanho, que comprometa sua imagem diante das pessoas importantes que trabalham aumentando as passagens de ônibus. Xingar o trocador, então, parece mais seguro porque ele provavelmente também não entende de balanço patrimonial e taxas de inflação.

Mas para os mais esquentadinhos sempre tem o cortante olhar de reprovação da velhinha do assento preferencial, que recebe como retorno do trocador o mesmo silêncio reconfortante de sempre.

E de noite, quando o trocador termina seu expediente, ele atravessa a rua e pega o ônibus para a casa (nem todo trocador mora do lado da garagem). Então ele passa pela roleta, pega o troco, se senta no “divã” e reclama do custo absurdo da passagem, como qualquer passageiro ou qualquer cidadão que precisa dos recursos da psicologia de roleta.

Postado por: Marcela
 

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