quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Quero a fome

Postado por Infinito Particular às 19:50 0 comentários

Erramos ao pensar que alguma coisa pode ser óbvia o suficiente para ser incontestável. Conheço pouquíssimas coisas incontestáveis. Conheço uma infinidade de situações em que o que salta à razão é o que não quero. “Não quero a faca nem o queijo: quero a fome (Adélia Prado)”.

Faca e queijo na mão, quero a fome. Porque não? Só porque as pessoas passaram gerações usando a faca para cortar o queijo, e usando o queijo para matar a fome, não significa que deixar a fome viva seja incapacidade de usar a faca. As respostas estão sempre aí, as perguntas é que devem ir mudando; as perguntas é que são a essência, não as respostas.

O que é ser bem sucedido? Para alguns é saber cortar o queijo. Para alguns. Fazer parte da minoria que quer a fome não pode ser considerado uma afronta ou uma irresponsabilidade. Alguma vez você chegou a pensar que os seu certo pode não ser o certo do mundo? Com quantas coisas diferentes o homem já foi capaz de sonhar? Com todas aquelas que hoje são realidade, e com mais um número inacreditável que foram sufocadas por algum motivo. Sufocamos sonhos todos os dias. Temos a tendência de moldar: moldamos os anseios pessoais como se eles fossem um roteiro pré-determinado. Todo mundo quer isso. A gente tem que querer aquilo. Você tem tudo para conseguir tal coisa, porque insiste em querer outra? Ouvimos isso sempre. É uma bobagem, mas não fazemos por mal. Formar estereótipos nos traz segurança, e em muitos momentos eles são necessários. Mas num segundo olhar temos que nos lembrar que eles são apenas um facilitador, e não uma moldura que impede qualquer tipo de expansão. Quando olhamos para alguma coisa pela segunda vez podemos sim permitir que as surpresas tenham o efeito de novidade, e não de traição.

Então quando te dizem que o sucesso é isso, questione mesmo que questionar o sucesso possa parecer dor de cotovelo. Quando te disserem qual o nível de importância da riqueza, questione o conceito de riqueza. E enfim quando for a hora de vencer na vida, escolha sua própria ideia de vencer.



domingo, 14 de agosto de 2011

Receita da Felicidade

Postado por Infinito Particular às 05:34 0 comentários
(Para o meu e para todos os pais)

Receita da felicidade? Essa vou ficar te devendo. Já vi em algum lugar, mas não sei se é muito fácil, nem tem garantias que vai dar certo. Já provei também, e é ótimo. Que eu me lembre, aliás, é a melhor coisa que já provei. Mas foi assim de improviso que foi preparada. Receita mesmo, passo a passo, não tenho. Infelizmente. Mas vamos fazer assim;



Segura minha mão bem forte e me diz que vai ficar tudo bem. Eu vou acreditar nas coisas boas da vida, e a gente vai encarar junto as ruins, com a coragem de dois heróis. Eu vou te contar um sonho de vez em quando, e agente vai pensando nele quando der, e pensando em outros para fazer um mural bem grande e bonito de ficar olhando. Quando for de noite você diz para eu confiar em mim, e eu de olhos fechados vou seguindo os sinais que aparecerem, apoiada na fé que tenho no seu bem querer. Eu vou te pedir desculpa quando errar, você me perdoa? Eu perdoo você também, na conversa a gente vai se entendendo. E amor não precisa nem sempre de entendimento, só carinho às vezes resolve esses dilemas de gerações. Me sorri bem aberto, que eu devolvo toda a luz desse amor que tenho por você, que é tanto que escapa do peito. E quando for enfim o dia de fazer coisas grandes e importantes, que nos lembremos das coisas simples e nossas, e que nossos juramentos de amor sejam sempre comemorações e nunca rituais vazios. Mas quando enfim for um dia só de coisas simples, que nos lembremos que elas são sempre as mais importantes, e que nossos juramentos de amor sejam sempre um jeito nosso de comemorar a vida.



Postado por: Marcela

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Geração Tamagoshi - Dia da Juventude

Postado por Infinito Particular às 17:51 0 comentários
Hoje é dia mundial da juventude. E cerca de um mês antes de completar 20 anos eu fico pensando em como estou ficando velha.


Nasci quando estava começando a Guerra do Golfo. Depois disso já teve a Guerra do Iraque, a Guerra do Afeganistão, a Guerra dos Sexos – que continua sempre.

Minhas fotos de criança estão todas reveladas. A gente tirava no máximo 36 de cada vez, que a gente só via depois de revelar. Então nada de ficar batendo mil fotos; era uma da família em frente ao mar e olhe lá, torce para não queimar! A mãe escrevia atrás o lugar e a data e guardava tudo numa caixa dentro do armário da copa, que de vez em quando a gente pegava para ficar olhando.

Meu primeiro disco foi da Xuxa. Minha primeira fita da Angélica. Meu primeiro CD eu pedi de Natal, e veio embrulhado para presente como se fosse a coisa mais moderna do mundo (peraí! Era a coisa mais moderna do mundo). Mas o som que tocava CD só chegou bem depois. Era das Chiquititas meu primeiro CD. Era das Chiquititas meu primeiro amor – o Mosca. Meu primeiro amor platônico era um menor abandonado num orfanato. Existe alguma coisa mais antiga do que isso?

Dizem que tem, e chama-se vick vaporub. Mamãe passava nas nossas costas e peito, e a gente melhorava na base da massagem. Depois era só tomar uma aspirina rosinha que tudo se resolvia. Tava lá o termômetro de mercúrio para comprovar. Nessas ocasiões a gente ficava em casa assistindo dragon ball ou os ursinhos carinhosos. E se a gente desse muita sorte passava A Lagoa Azul na sessão da tarde.

Sou da época que Plutão era um planeta. Um real era dinheiro. Internet é o que só tinha na casa do vizinho do amigo do seu primo em segundo grau.

É isso aí, feliz dia da juventude para a gente.



Postado por: Marcela

domingo, 7 de agosto de 2011

Postado por Infinito Particular às 08:12 0 comentários
Sucesso é acordar de manhã, não importa quem você seja, onde você esteja, se é velho ou se é jovem, e sair da cama porque existem coisas importantes que você adora fazer, nas quais você acredita, e em que você é bom. Algo que é maior que você, que você quase não agüenta esperar para fazer hoje.  

- Whit Hoss. 



Postado por: Jéssica.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Não que a vida seja assim tão boa, mas um sorriso...

Postado por Infinito Particular às 16:46 0 comentários
Passada (parcialmente) a aflição de dar-se conta da rotina, quero deixar aqui uma mensagem de otimismo. Sei que a época não está para colocar lentes cor-de-rosa e respirar purpurina como se estivéssemos conversados, mas acho que de vez em quando é conveniente reconhecer algumas coisas.

Não estamos vivendo a melhor das épocas, mas pelo amor de Deus, não é a pior. Absolutamente. Hoje temos tempo para discutir melindres e particularidades que só emergiram porque grande parte da história já foi solucionada. Quando nos dedicamos a pensar o melhor método de ensino infantil, por exemplo, temos que nos lembrar que acima das discussões está o alívio por termos uma parte significativa das crianças na escola. E também por termos uma consciência da importância da educação.

Todo primeiro passo é só o primeiro, mas a evolução tem tudo a ver com progressão. As coisas vão acontecendo, um passo de cada vez. Vamos lutar para garantir que as mudanças aconteçam, mas vamos nos permitir sorrir e aproveitar as coisas boas que já vieram. Vamos plantando sim, sem descanso, mas vamos colher também aquilo que deu muito trabalho para alguém cultivar um dia.

Olho o preconceito incrédula de que alguém ainda aceite isso, mas nosso passado de escravidão é tão próximo que sustento a esperança de um dia a descriminação ser erradicada de vez. Não acho que seja utopia. Acho que vai dar trabalho, e vai exigir uma tremenda dedicação de todo mundo – sem vacilar, sem dar brecha. Mas não é impossível. Impossível é achar que vai ser sempre assim e conviver com isso numa boa.

Gosto de afirmar para mim mesma que as coisas estão melhorando, não para me manter numa zona de conforto, distante do mundo, mas para separar o joio do trigo e me dar conta de que tem muita gente salvando o mundo por aí. Os sociólogos costumam dizer que “a situação é aquilo que fazemos da situação”. Percebem? A situação não é um retrato dado para a gente dependurar na parede, mas um cenário que vai mudando, que nós vamos mudando. Da sociologia também veio a revelação que a nossa sensação de insegurança é bem maior que a insegurança real. O Brasil é inegavelmente um país muito violento, infelizmente, mas achamos que a coisa está bem pior porque nos deixamos envolver por um sem números de notícias sensacionalistas e tomamos como verdade coisas que nem nunca chegamos a experimentar. Porque? Não vamos viver como se os perigos, as maldades e as injustiças não existissem, mas porque não dar uma chance à realidade e começar a criar respostas ao invés de adiantar as formulações de nossos conceitos?

As críticas têm trazido conquistas importantes para a sociedade, e a insatisfação humana é também a mola propulsora que o leva a melhorar. Mas a crítica pela crítica é apenas um desserviço, um hábito que tem sido disseminado e simplesmente não ajuda em nada. Então antes de entrarmos nesse ciclo de desânimo e insatisfação, vamos pelo menos tentar abrir um sorriso e ver no que vai dar. “Não que a vida seja assim tão boa, mas um sorriso ajuda a melhorar”.



Postado por: Marcela

 

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