domingo, 14 de novembro de 2010

Quem sou ?

Postado por Infinito Particular às 11:16 0 comentários

Sou a personificação das ilusões e desilusões;
Dos sentimentos e tormentos;
Das tentativas e tentações;
Dos novos horizontes, das fortes opiniões.

Sou a personificação da música, da arte
Da vida tão perto ou lá em Marte;
Do sonho que ainda não virou realidade,
Da eterna idade de um jovem, eternidade.

Sou eu retrato de cada legado.
Sou a expressão do impossível.
A vida é tão confusa quanto eu.
Sou Clarice Lispector - ou pelo menos me atrevo a ser..
Sou a (dú)vida em pessoa.
Digo meu nome noite e dia;
Dia e noite tento entender que carga ele tem.
Às vezes sou eu, e às vezes meu oposto.
 Será que eu me completo?
Completa ou não, meu refúgio são as palavras.
Mar sem águas, mas que me faz mergulhar profundo.
Num mundo guardado, ou melhor, escondido aqui dentro.
                               Do lado esquerdo. Além da carne.

Jéssica Gomes

Poema Ganhador do 16º Concurso de  Redação da ETFG-BH

Eu ?

Postado por Infinito Particular às 11:14 0 comentários

Tenho dois eus dentro de mim que brigam por espaço.
Um eu é misterioso, pensativo, confuso, apreensivo e difícil de entender. Quando ele surge, é como se um vento gélido passasse pelos meus cabelos e um arrepio corresse em meu corpo. Ele se revela aos poucos, mas se sobressai nas dúvidas, angústias e principalmente, nos meus maiores medos.
O outro eu é alegre, espontâneo, atrevido e porque não dizer, vivo. É expansivo e volumoso e traz consigo uma felicidade abundante, que aquece, emociona, colore o dia. Mas é inseguro, cercado de tanta felicidade tem medo de perdê-la, e acaba se curvando ao poder de persuasão e convencimento do eu misterioso.
Eles se confundem, e me confundem. Misturam-se, e me deixam instável. Separam-se e me deixam vulnerável.
Quiseram botar nome em mim, nos dois eus que possuo. Chamaram bipolaridade. Mas não tenho nenhum transtorno, não. Eu só tenho o direito de ser eu. Que sejam dois três, um pra cada dia.
Mas querem me prender, querem prendê-los. Para libertá-los eu escrevo. Expresso o que só eu sei, o que sinto. Ou pelo menos tento.
Mas não importa o que pensam do que escrevo. Escrevo por mim.
Tenho duas pessoas aqui dentro, que não deixam de ser eu. E ambas acreditam em mim.

Jéssica Gomes


Crônica Ganhadora do 16º Concurso de Redação da ETFG - BH
 

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