Fred. J. Curran, do Wiscousin Journal
Publicado no Correio da Manhã, em agosto de 1963
- O que é um jornal? perguntou a menina.
É um papel cheio de palavras e fotografias.
É feito de muita gente, de gente como nós.
É uma grande notícia ou uma pequena notícia, sobre povos distantes e o povo que mora ao lado.
É felicidade e tragédia, riso e choro, é uma canção muitas vezes repetida.
É o governo, do presidente ao Congresso, do governador à legislatura, do prefeito ao conselho municipal, e em todas essa ramificações, um olhar inquiridor sobre seus atos.
É a polícia, o bombeiro, e outras ocipações perigosas.
É o negócio, é indústria, é vitrine para os comerciantes apresentarem seus produtos. É anúncio à procura de um cachorrinho desaparecido.
É registro de tudo o que acontece ao povo; de quem fez algo, quando onde e por quê.
É a descrição de um vestido de noiva; é recém-casado procurando apartamento.
É boas-vindas a um novo pastor, é culto à Igreja, é adeus a alguém que se retira depois de longos serviços prestados.
É o longo caminho, a volta ao lar, o escore de boxe, é a partida de futebol.
É a sugestão para uma receita, um plano para melhorar seu lar, um pequeno conselho a alguém aflito.
É a primeira neve que cai, o amanhecer da primavera, o dia mais quente do ano. É também o rio tortuoso como as beiras das folhas que caem no outono.
É a lida diária do jovem que vai e volta da escola; o que faz e aprende com os professores. É parque, férias e lugar para passear e como chegar lá.
É a praia, o bom cantinho de pesca no verão, é o ficar sem fazer nada.
É a produção e o progresso, o novo e o velho produto.
É ajuda e serviço´profissional, é a notíia do que se faz nos hsopitais e nas clínicas.
É um boletim sobre a Igreja, o Templo e a Sinagoga.
É a notícia de uma organização de veteranos, serviços de clube, é um chá à tardinha.
É a maior coletânea de palavras e fotografias já reunida.
É a grande estória, a pequena estória e a ficção.
É o retrato, a fotografia crua, a página fotográfica de grandes acontecimentos. É a opinião do redator, a divergência do leitor, o pensamento do colunista. É a explicação de muitas coisas. É o jogo de palavras cruzadas, a página cômica, o quebra-cabeças.
É um estilo nem sempre literário porque representa a linguagem do povo. Porque grande parte dele é o que o povo diz.
É um redator com seu chapéu engraçado de papel, um linotipista colocando habilmente os tipo lado a lado, um agente de publicidade convencendo o anunciante a contar a sua estória, um repórter batendo à sua máquina, é o jornalista tirando cópias e preparando os cabeçalhos, é um fotógrafo tentando um último instantâneo. É um pequeno jornaleiro assoviando pelas ruas às quietas horas da madrugada.
é um espelho da vida. Uma parte da vida tão importante quanto o relógio e o calendário. É o papel cheio de palavras e fotografias.
Como este.
Postado por: Marcela